O Vasco até tentou fazer o papel de time grande: saiu na frente, fez golaço e parecia que ia resolver tudo já no Paraná. Mas como todo bom roteiro vascaíno, o enredo virou drama. O Operário, com pinta de quem não aceita ser coadjuvante, buscou o empate em 1 a 1 e levou a decisão da Copa do Brasil pra São Januário com a leveza de quem não tem nada a perder e já tirou um gigante do sério.
O jogo começou equilibrado, mas quem deu o primeiro susto foi o Vasco. Aos 19 minutos, Nuno Moreira pegou a sobra e meteu um chute colocado de primeira que foi direto na bochecha da rede. Golaço. Aquela bola que até o replay assiste em silêncio.
Só que bastou a bola voltar pro centro pra dar ruim. Aos 28, Allano foi derrubado na área, o VAR ficou mais tempo analisando que mãe escolhendo tomate no mercado, e no fim… anulou o pênalti. O Operário já preparava a comemoração, mas teve que engolir seco e continuar na pressão.
Ainda assim, o Fantasma seguiu rondando. Foi Jacy, foi Boschilia, foi Allano. Todo mundo tentando, e o Vasco se defendendo com mais aflição que gente procurando Wi-Fi no metrô. A primeira etapa terminou com o cruz-maltino rezando pelo intervalo.
No segundo tempo, o Operário voltou com o espírito de quem sabe que time grande adora se complicar. Rodrigo Rodrigues, Daniel Amorim, todo mundo bateu na porta. E aos 26, Boschilia, com direito a tabela de calcanhar e chute no cantinho, mandou aquele famoso “me respeita” e deixou tudo igual.
O Vasco até tentou responder com Alex Teixeira, que enrolou, Loide Augusto, que tentou a mágica, e João Victor, que foi de cabeça, mas ninguém acertou a mira. E o Operário? Saiu aplaudido, com o empate na mochila e a certeza de que vai pro segundo jogo mais inteiro que muito favorito.
Agora, a decisão vai pra São Januário. Mas se o Vasco entrar em campo só com a história no bolso, o Fantasma pode muito bem aparecer de novo. E dessa vez, sem VAR pra anular susto.