Se alguém ainda achava que o Cruzeiro ia tropeçar em casa contra o Vila Nova, bastou a bola rolar pra Kaio Jorge calar geral com dois golaços e um recital de tapa na bola. O atacante resolveu a parada praticamente sozinho, enquanto o time goiano só assistia com aquele olhar de “o que é que tá acontecendo aqui?”. O placar de 2 a 0 ficou até barato.
O primeiro tempo começou com o Cruzeiro rondando a área como quem esqueceu a senha da Netflix. Dominava, tocava, mas não sabia como entrar. Até que o Willian deu um chutaço e o goleiro Halls salvou com estilo. Logo depois, Gabigol, que entrou com vontade de acabar com a seca, meteu uma bola no poste que quase arrancou o ferro. Mas na hora do gol mesmo… ele foi só coadjuvante de luxo.
Aos 34 minutos, Kaio Jorge arrancou da intermediária como se tivesse pressa de sair do Mineirão pra evitar trânsito, driblou quem apareceu na frente e mandou um petardo cruzado. Gol de quem nasceu pra resolver, não pra participar.
E nem deu tempo de respirar. Quatro minutos depois, Gabigol fingiu que ia chutar, mas fez o que ele tá conseguindo fazer melhor: assistência refinada. Kaio Jorge dominou, cortou todo mundo como quem passa sabão no chão molhado e empurrou pro fundo da rede com a frieza de quem tá jogando society no domingo.
No segundo tempo, o Cruzeiro botou o jogo no bolso e ficou administrando com aquele ar de “já deu, né?”. Gabigol continuou tentando fazer o dele, mas a trave ainda tinha contrato. O Vila Nova até tentou sair do modo espectador, mas a defesa da Raposa só dizia “não, bebê” a cada tentativa.
Cássio ainda apareceu pra salvar em chute perigoso de Diego Torres, e o Poveda quase encobriu geral, mas a bola passou gritando e ninguém escutou.
No fim, foi aquele jogo em que um cara só decidiu tudo, o outro fez figuração de luxo, e o resto correu pra não ficar mal na foto. Cruzeiro 2, Vila 0, e o Kaio Jorge saiu do Mineirão com mais moral que goleiro pegador de pênalti em final.