O Criciúma não quis saber de grife, camisa estilosa nem manual tático de time da moda. Com uma dose generosa de paciência, marcação firme e um chute bem dado, o Tigre bateu o Red Bull Bragantino por 1 a 0 no Heriberto Hülse e saiu na frente na Copa do Brasil. Um jogo que começou morno e terminou com o Massa Bruta com gosto de energético vencido na boca.
No primeiro tempo, o Bragantino até tentou bancar o dono da bola. Ficou tocando de lado como se estivesse treinando pra partida de futsal, mas de objetivo mesmo, só o cronômetro correndo. Foram 45 minutos de posse estéreo, finalizações de fora da área e uma dificuldade de infiltrar que faria inveja a internet ruim de hotel.
Enquanto isso, o Criciúma olhava o relógio e esperava o momento certo. E quase foi premiado ainda no primeiro tempo, quando Diego Gonçalves mandou pras redes, mas o VAR apareceu com sua régua imaginária e apontou impedimento de Neto Pessoa no início do lance. A torcida até ensaiou a comemoração, mas teve que engolir o grito junto com o chimarrão.
Na volta do intervalo, o Tigre mostrou que quem ruge por último, ruge mais alto. Logo nos primeiros minutos, João Carlos perdeu uma chance cara a cara, mas serviu de aviso. Aos 10 minutos, Marcelo Hermes cruzou e Matheus Trindade, com tempo, espaço e disposição, enfiou um míssil nas redes do Bragantino. Golaço e festa no Heriberto Hülse.
O Bragantino tentou responder, mas seguia mais enrolado que fone de ouvido no bolso. A tal posse de bola voltou a aparecer, mas sem sustância. O time paulista ficou rondando a área adversária como quem esqueceu onde estacionou o carro. Quando finalmente conseguiu criar algo, esbarrou na defesa catarinense, que estava mais fechada que feriado em cidade pequena.
Agora, a decisão vai pra Bragança Paulista no dia 22 de maio. O Criciúma tem a vantagem e o moral. O Bragantino vai precisar muito mais do que toque de lado e chute de longe pra não virar meme de time gourmet que não aguenta pressão de mata-mata.