O Flamengo foi até João Pessoa achando que ia fazer um treino de luxo e saiu de lá agradecendo a existência de Joshua, uma joia da base que entrou no fim, fez o gol da vitória e evitou um daqueles empates que viram meme eterno. Contra o Botafogo da Paraíba, o Rubro-Negro teve posse, pressão, paciência… e nada de gol até os 40 do segundo tempo. Foi tipo tentar abrir pote de palmito com a mão molhada: parecia fácil, mas não ia.
Logo de cara, o Flamengo fez o que todo time gigante faz contra adversário menor: alugou o campo de ataque. Botou móveis, cortina e até tapete na intermediária do Botafogo-PB. Só esqueceu de combinar com a rede. O único lance que quase assustou foi de Michael, que tentou colocar no ângulo, mas a bola foi no “quase”.
Enquanto isso, o Botafogo-PB jogava o tradicional “ferrolho nordestino”: linha de cinco, três volantes, dois zagueiros em cada atacante, e a esperança de um contra-ataque abençoado. Tentaram umas bolas longas, mas parecia mais lançamento de foguete com trajeto incerto. Mesmo assim, seguraram o 0 a 0 no primeiro tempo com mais alma que técnica.
Veio o segundo tempo, e o filme era o mesmo: Fla tocando, cruzando, tabelando, e nada. A torcida já estava quase ligando pra ver se o Pedro tava em casa quando Filipe Luís resolveu botar os medalhões. Gerson entrou, orquestrou, deu um tapa aqui, um giro ali, mas a muralha do Belo seguia de pé, com cimento, ferro e fé.
O auge do desespero veio com Juninho Vieira, que entrou com a missão de empurrar pro gol… e empurrou foi o ar. Na cara do gol, furou a bola com a delicadeza de quem tenta chutar manga podre no chão. Era a noite perfeita pra virar gif.
Até que, aos 43 do segundo tempo, quando o empate já era realidade e o grupo do WhatsApp já preparava os prints, Joshua, estreando no profissional, aproveitou a sobra, bateu firme e salvou o Flamengo de ser tema de piada no Twitter. Gol de quem não sabia que tava resolvendo a noite.
O Fla sai com 1 a 0 na bagagem, mas com a certeza de que precisa mais que posse de bola e nome famoso pra passar ileso pela Copa do Brasil. E o Botafogo-PB? Saiu de cabeça erguida e com moral: segurou o gigante por 88 minutos e por pouco não estragou a noite da elite.