O Manchester United foi até a casa do AFC Bournemouth achando que ia passear, mas voltou com um empate amargo e uma dose reforçada de vergonha. O placar de 1 a 1 resumiu bem a atuação: muita bola, pouca ideia e um futebol que mais parece um PowerPoint travando.
O jogo começou com o time da casa abrindo o placar logo aos 23 minutos, com Antoine Semenyo, que aproveitou um espaço na defesa do United maior que fila de INSS em dia de pagamento. O Bournemouth, que teve apenas 38% de posse, não quis nem saber de enfeitar: foi direto, objetivo e eficiente.
Do outro lado, o United teve 62% de posse, 26 finalizações e uma insistência irritante em cruzar a bola na área como se estivesse tentando achar alguém no escuro. O empate só veio nos acréscimos, aos 90+6’, com Højlund, após tanto martelar que até o goleiro adversário cansou.
O Bournemouth jogou com seriedade. Com um time que vale menos que um mês de salário do Casemiro, conseguiu controlar o jogo e segurar um ponto que, pelas circunstâncias, vale mais que muito bônus de permanência. Já o United segue como um time que promete, mas nunca entrega. É tipo promoção de loja em janeiro: você vai animado e sai frustrado.
Na tabela, a realidade dói. O Bournemouth está em 10º, com campanha honesta e futebol competitivo. O Manchester United aparece em 15º, atrás até do Wolverhampton e colado no Everton, o que já diz bastante.
Nos confrontos diretos, o Manchester ainda tem vantagem histórica com 9 vitórias em 15 jogos, mas isso hoje vale tanto quanto fita de videocassete. O presente é que importa, e o presente do United tá parecendo presente de amigo secreto de R$10.
E pra quem apostou…
Bom, quem meteu grana na vitória do United com odd de 3.80 acreditando que “agora vai”, perdeu o dinheiro e a esperança de uma vez só. O Bournemouth pagava 1.95 e entregou mais dignidade. No fim das contas, só ganhou mesmo quem apostou no empate com fé de doido ou falta de opção.